sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O MAIS SINCERO BEIJO

A foto a seguir, mostra uma cadela Dobermann lambendo um bombeiro exausto.

Ele tinha acabado de salvá-la de um incêndio em sua casa, resgatando-a e levando-a para o gramado da frente. Depois, tinha continuado a combater o incêndio.
Ela estava prenha. O bombeiro teve medo dela no início, pois nunca antes tinha resgatado um Dobermann.
Quando finalmente o fogo foi extinto, o bombeiro sentou-se na relva para recuperar o fôlego e descansar.
Um fotógrafo do jornal 'The Observer' notou a Dobermann olhando para o bombeiro.
Ele a viu andar na direcção dele e se perguntou o que a cadela iria fazer. Enquanto o fotógrafo levantava a camera, ela se aproximou do bombeiro que tinha salvado sua vida e as dos seus filhotes e beijou-o...

Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da Criação, seja ele animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante!

(Marie)

8 comentários:

Unknown disse...

Que belo post,Marie!Concordo com você.Não somos os donos do planeta.Temos mesmo que compartilha-lo com todas as outras espécies de vida que o habitam conosco.
Linda foto!
Abraços desde o Brasil.

Wania disse...

Oi, Marie!

Vim conhecer teu blog, através do blog do Tonho e também pela linda foto que estampaste neste teu último post.

Não há como não se emocionar como tamanha beleza de gesto. Os animais são muuuuito sábios, quem derá pudéssemos todos aprender com eles sobre respeito e gratidão... com certeza ainda estaríamos vivendo no paraíso!

Liiindo, muito lindo!
Parabéns pelo belo post!
Gostei do que vi aqui e voltarei muitas vezes.

Bjs desta nova amiga que ama demais os animais e que preza o respeito acima de tudo!

entremares disse...

- É inevitável, não é?
A pequena flor encolheu as pétalas amarelas, naquele jeito tão característico de demonstrar resignação.

Bem ao seu lado, o enorme paredão de cimento estremecia, rangendo dorido sob a enorme pressão da água que, do outro lado, se avolumava mais e mais. Um gotejar inocente, de uma fissura bem na base no paredão, depressa se transformou num fio de água, para logo engrossar e brotar violente, rasgando o cimento à sua volta.
O paredão - ela sabia-o bem - estava condenado; era só uma questão de horas, talvez minutos… até a enorme bacia de água acumulada do outro lado rasgar as entranhas do cimento e projectar-se pelo vale, levando tudo à sua frente; os arrozais, as palmeiras, a aldeia…
O que poderia uma simples flor silvestre fazer, senão assistir num silêncio impotente à destruição de todo o vale? Nada, simplesmente nada.
Mais a norte, as encostas despidas de árvores desabavam sucessivamente em deslizamentos - o degelo da primavera fazia o resto. Ano após ano, as cheias da primavera aumentavam a destruição de um canto da floresta que já fora virgem, mas que agora mais se assemelhava a uma manta de retalhos queimados, com o barro sem vida exposto ao sol.
Os habitantes da aldeia pouco mais podiam fazer do que reforçar com algumas pedras o enorme paredão. Esforço inglório. A fúria das águas, empurradas pela mão do homem, devastadora, não se compadeceria com nada.
Era só… uma questão de minutos…

- Porque queres salvá-los?
A pequena flor olhou à sua volta. Muito a custo, descobriu a origem da voz.
- Olá… pequeno grão de areia… desculpa, não reparei que falavas comigo…
- Eu percebi, flor… mas não pude deixar de perceber o teu sofrimento… por esses aldeões…
- Tens razão, grão de areia… revolta-me nada poder fazer para os ajudar… porque daqui a pouco, sem aviso… as águas vão jorrar, destruindo toda a aldeia e ceifando vidas… vidas inocentes…
- Mas sabes, flor… são os homens os culpados por tudo isto…~
- Eu sei, grão de areia, eu sei… - e ia agitando as pétalas amarelas - mas não estes homens, não esta aldeia… estes são simplesmente… as vítimas.

O grão de areia não lhe respondeu. A natureza sempre possuira um dom especial para restaurar o equilíbrio, a harmonia. A natureza não conhecia o significado da palavra "vítima", isso não passava de uma mera interpretação humana das leis universais que regem o universo. Tudo se resumia afinal… a uma procura de equilíbrios, a uma paz efémera entre os opostos, entre as forças da criação e da destruição.

- Podes fazer alguma coisa para os salvar? - perguntou-lhe a flor, esperançada.
O grão de areia devolveu-lhe o olhar, brilhante de excitação.
- Posso. Não devo… mas posso.
- Podes? Como podes tu ajudar? Não passas de um ínfimo grão de areia…
- Eu sei, flor… mas eu sou um grão de areia especial. Aliás, todos somos especiais, sabes? Só que nem todos têm consciência da sua importância…
- Não te compreendo, grão de areia…
- Eu sei, flor, eu sei… mas não te preocupes, já vais compreender…

Metodicamente, o pequeno grão de areia inclinou-se sobre si próprio, apoiado na aragem; para a frente, para trás… novamente para a frente, outra vez para trás…
Finalmente, moveu-se.
Um milímetro, talvez menos.
- Tens mesmo a certeza, flor? Queres salvá-los?
A flor encolheu novamente as pétalas.
- Quero sim, grão de areia. Se o com seguires… salvá-os…

(continua...)

entremares disse...

(...continuação)

Mais um milímetro. E outro. Para o seu lugar, prontamente escorregou um outro grão de areia, e a seguir ainda outro. Uma pequena pedra cinzenta aproveitou o espaço livre e rebolou prontamente, num equilíbrio mais estável. E depois outra, e ainda mais outra, ligeiramente maior.
Segundos depois, toda a base da montanha dava de si, com enormes blocos de pedra a despenhar-se das alturas, numa avalanche incontrolável de cascalho, lama e troncos retorcidos, arrancados pela raiz. Num estrondo ensurdecedor, projectaram-se sobre o paredão, reforçando a estrutura e tapando todas as fissuras com um lençol de lama e pedras.

Finalmente, o pó assentou.
A aldeia, ao fundo do vale, continuava incólume, alheia a todos estes acontecimentos.
Uma última pedra resvalou ainda, rodopiando sobre as outras, até se deter sobre o local onde, bem pouco tempo antes, existira uma pequena flor silvestre, de pétalas amarelas.
E sobreveio de novo o silêncio, entrecortado pelo murmurar das águas do lago.

Sandra disse...

Lindo, este último verso.
O respeito pela criação é tudo.

Venho lhe agradecer as doces palavras de carinho deixado em meu blog Curiosa. Dando força e energia para a minha cirurgia.
Obrigado pelo imenso carinho.
Hoje eu sei o quanto a nossa amizade é importante e carinhosa.
Amigos assim, também é possível de conquistar.
Muito obrigado.
Sandra

Susana Falhas disse...

Marie:
Que história mais ternurenta!
De facto o cão é o melhor amigo do homem!
Bjs
Susana

Céu Vieira disse...

Que história e foto tão bonita! Pois, os animais são uns queridos...ferozes são alguns seres humanos!...
Concordo completamente com a sua afirmação.
Beijinho grande querida Marieh

Anónimo disse...

Simplesmente lindo, marie!!!
Comovente...

Beijinho grande amiguita